Ao desbloquear as regiões sem acesso ao litoral das Províncias de Mpumalanga, Gauteng e Limpopo o Corredor de Desenvolvimento de Maputo é um verdadeiro corredor de transporte. Compreendendo rodovia, ferrovia, postos de fronteira, portos e terminais, o Corredor atravessa as regiões mais industrializadas e produtivas da África Austral.

Província de Gauteng para o Porto de Maputo

Gauteng, uma palavra seSotho para “Lugar do Ouro”, tem sido tradicionalmente a maior região produtora de ouro do mundo. Actualmente Gauteng é o motor da economia subcontinental e produz cerca de 40% do PIB da África do Sul. No seu papel de potência industrial Gauteng é responsável pela maior concentração de manufacturas e de produção industrial no país.

Atravessando a capital sul-africana Pretória, o Corredor de Maputo liga o centro industrial e comercial da África do Sul de Witwatersrand, compreendendo as regiões metropolitanas de

  • Ekurhuleni em East Rand
  • Joanesburgo (incluindo o aglomerado de sedes empresariais em Sandton e Midrand)
  • O Município da Cidade de Mogale (incorporando Krugersdorp) em West Rand

com o seu porto de águas profundas mais próximo situado em Maputo, Moçambique.

Província de Limpopo para o Porto de Maputo

O Corredor de Maputo liga a província sem acesso ao litoral e mais a norte de entre as nove províncias da África do Sul, Limpopo, em homenagem ao vasto rio com o mesmo nome, com o seu porto de águas profundas mais próximo disponibilizado através da Phalaborwa Spatial Development Initiative (Iniciativa de Desenvolvimento Espacial Phalaborwa). Phalaborwa é também uma das grandes zonas de produção petroquímica.

22% do PIB da Província do Limpopo provém do sector do minério, onde os diamantes e o grupo de metais preciosos que inclui o ouro e a platina compõem a maioria dos depósitos minerais. O Limpopo é o terceiro maior produtor de minério da África do Sul, gerando 9% do rendimento do país decorrente das actividades de extracção de minério.

Fazendo fronteira com o Botsuana, Zimbabué e Moçambique, o Limpopo é também o ponto de trânsito para a maioria da carga trans-sul-africana para/do Zimbabué, Zâmbia e Maláui, países sem acesso ao litoral.

Província de Mpumalanga para o Porto de Maputo

A maioria do Corredor de Maputo atravessa Mpumalanga, uma palavra isiTsonga que significa aproximadamente “o lugar onde o sol nasce”. Mpumalanga alberga a maior parte das centrais eléctricas alimentadas a carvão da África do Sul. A província é responsável por 76% da extracção de carvão da África do Sul e alberga 50% das reservas nacionais de carvão*, muitas das quais são exportadas através do Terminal de Carvão da Matola no Porto da Matola, em Maputo

Com a sua proximidade aos campos de gás da costa moçambicana e com o porto mais próximo do interior norte sul-africano, a importância de Mpumalanga na produção de energia tem assumido um papel ainda maior ao abrigo do gasoduto concluído que liga os campos de gás de Temane e Pande, perto de Moatize, em Moçambique, à refinaria da Sasol em Secunda, e da construção de condutas petroquímicas ao longo de trajectos similares.

O Corredor de Maputo também passa por vastas áreas de produção industrial e primária, tais como as que se encontram no Município do Distrito de Nkangala, compreendendo, entre outras, as cidades e vilas de Delmas, Witbank e Middelburg, importantes centros sul-africanos de mineração e de produção de carvão, de vanádio e de aço inoxidável, bem como por serem as principais zonas de produção de milho, no âmbito do sector agrícola da província.

Mais a leste, o Corredor atravessa a região selvagem e desfiladeiros através de uma rodovia e ferrovia moderna e eficiente, antes de chegar à cidade fronteiriça de Komatipoort, onde os Postos Fronteiriços de Lebombo/Ressano Garcia e o porto seco de Lebombo estão situados.

Fronteira Sul-Africana/Moçambicana para o Porto de Maputo

Atravessando a fronteira Lebombo/Ressano Garcia na Província de Maputo em Moçambique, o Corredor liga o interior norte da África do Sul à capital de Moçambique, Maputo e aos seus dois portos de águas profundas de Maputo e da Matola, com recurso a uma estrada nacional moderna, rápida e eficiente, conhecida como a EN4 em Moçambique. O trecho de 92 km de estrada encaminha-se directamente para o Porto de Maputo antes de terminar perto do centro da cidade de Maputo.

Desafios

Os governos da África do Sul e de Moçambique têm promovido o renascimento do Corredor de Maputo como parte de uma Iniciativa de Desenvolvimento Espacial maior, com políticas bilaterais e investimentos substanciais por parte do sector público e privado, destinados a estimular o crescimento e desenvolvimento sustentável na região. Agora cabe às empresas privadas garantir a optimização do Corredor de Desenvolvimento de Maputo.

As áreas seguintes foram identificadas como sendo ainda muito deficitárias:

  • Melhoria contínua dos procedimentos de fronteira e das horas de funcionamento
  • O âmbito e competitividade dos serviços de transporte deverão ser melhorados: capacidade adicional, níveis mais elevados de serviço e tarifas mais competitivas no que respeita ao transporte rodoviário e ferroviário, portos, terminais e companhias de transporte marítimo.
  • Deverão ser disponibilizados serviços de informação e melhorados constantemente
  • A promoção de zonas de investimento deverá ser coordenada e acelerada

O foco estratégico inicial da MCLI passa por envolver os governos sul-africano, moçambicano e suazi com o intuito de reforçar as parcerias público-privadas na área da logística, por forma a garantir que o Corredor de Maputo é a primeira escolha tanto para os importadores como para os exportadores regionais.

(Fonte:MCLI)